tag:blogger.com,1999:blog-327298782024-03-14T03:17:16.638-03:00dadosinversos.com¡CADA DÍA SE PUEDE NACER!Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.comBlogger391125tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-6876247814805767322023-12-20T12:02:00.005-03:002023-12-20T12:46:21.385-03:00Laço sobre laço<div style="text-align: left;">Quando você precisou<br />Estava sob seus pés<br />Fui seu caminho e calcei<br />dos dedos até os anéis</div><div style="text-align: left;"><br />Lhe vi durante seu show<br />Você quase nem percebeu<br />Mas quando mais precisou<br />Fui eu quem lhe deu fé </div><div style="text-align: left;"><br />Ajustei seu xote<br />Para garantir que me bote<br />No passos da sua paixão</div><div style="text-align: left;"><br />Vai, canta alto!<br />com força no coração</div><div style="text-align: left;">Seu grito me abraça<br />E força os nós da canção</div><div style="text-align: left;"><br />Em cada um dos seus tons<br />Eu beijo a sua mão<br />Laço sobre laço<br />Lhe passo força<br />E faço firme os seus sons</div><div style="text-align: left;"><br />Vou apertar mais essa fita<br />Que lhe desejo infinita</div><div style="text-align: left;"><br />Dou nó dos seus traços<br />Enrolo os cadarços<br />Eu me amarro em você</div><div style="text-align: left;"><br />Laço sobre laço<br />Na chuva e no abraço <br />Eu me envolvo em você </div><div style="text-align: left;"><br />Vou apertar mais essa fita<br />Que lhe desejo infinita</div><div style="text-align: left;">Laço sobre laço<br />Lhe passo força<br />E faço firme os seus sons</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div>Dou nó dos seus traços<br />Enrolo os cadarços<br />Eu me amarro em você</div></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Vai, canta alto!<br />com força no coração</div><div style="text-align: left;">Seu grito me abraça<br />E força os nós da canção</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Vou apertar mais essa fita<br />Que lhe desejo infinita</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-90462033947744555012023-12-19T13:33:00.002-03:002023-12-20T11:59:56.984-03:00As vinte e duas<div>Foi nessa festa à noite<br />Falando com toda gente<br />Onde conheci aquele anjo<br />Onírica seda em pessoa</div><div><br />E dela trouxera a mim<br />Outras vinte e uma anjas<br />Que baixaram de Icaraí<br />Para voar em Pipa<br />Levaram-me por aí</div><div><br />Irromperam-se em cantoria<br />Na calçada frente aonde <br />Haviam dançado forró<br />Em frente aos personagens de metal<br />Alegria a mil e as vozes em sincronia<br />Gritavam a alegria de estarem reunidas </div><div><br />Em bela passeada<br />em terno mar<br />Navegamos nossos risos<br />E viajamos nossos sonhos<br />Amparados pelo samba que fizemos</div><div><br />E este mesmo samba<br />nos guiava os passos<br />Nos trançava as pernas<br />Nos punha embriagados<br />Com toda a sobriedade</div><div><br />Eu estou com vocês<br />Quero vestir 23</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-71056087459692951642023-12-18T11:33:00.004-03:002023-12-18T12:05:04.225-03:00Todo dia faz amanhã<div style="text-align: left;">Comprei um sol pra te iluminar, <br />quando fui pagar, <br />não tinha crédito.</div><div style="text-align: left;"><br />Peço e me espera, <br />só doze horas</div><div style="text-align: left;">O dia já tenho<br />E quero passar com você </div><div style="text-align: left;"><br />Hoje é um passo pro espaço<br />Desfazer-se e me enlace<br />Temos tempo e paixão </div><div style="text-align: left;"><br />A Jaciele perdeu o irmão num acidente<br />É falar nele e se põe <br />Mas tem dois filhos</div><div style="text-align: left;"><br />Jaci, me dê um abraço apertado<br />Demorado<br />O que sente é presente<br />por tempo e cuidado </div><div style="text-align: left;"><br />Vem ser feliz<br />Que o dia faz amanhã </div><div style="text-align: left;"><br />Se houver utilidade pro coco tomado<br />O nordeste vai tomá-la da mão<br />Nada melhor que o mar <br />pra dar onda às ideias</div><div style="text-align: left;"><br />Ir a todas as praias <br />Norte e sul daqui<br />Para amanhecer na areia<br />E cavar túneis nos ares</div><div style="text-align: left;"><br />Temos as estrelas<br />Nossas testemunhas<br />Todo riso que damos<br />E o choro que engolimos<br />Estão registrados<br />Na luz do tempo<br />Na brisa e no vento</div><div style="text-align: left;"><br />Chove todo medicamento<br />Que alivie o nosso peso<br />Poucos pingos de chuva<br />E vai-se todo meu medo<br />Viver é emagrecimento</div><div style="text-align: left;"><br />Tomar banho no abismo<br />Para nos dar pés<br />Pisar em solo macio<br />Sem atolar<br />Molhar-se no destino<br />E mergulhar no caminho</div><div style="text-align: left;"><br />A mãe canta um reggae ao seu filho<br />Ele reage em cochilo<br />Balança seu berço<br />Que um anjo caído <br />Lhe trouxe pra cá </div><div style="text-align: left;"><br />Sempre há motivos pra sorrir<br />Todo dia faz amanhã<br />Todo riso faz elixir </div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-14644716512003569502023-10-31T22:13:00.000-03:002023-11-01T08:29:08.373-03:00por ti, pra mim<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">quero m'encostar em ti</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">quero te abraçar e rir</div><div dir="ltr" trbidi="on">sem ter motivo</div><div dir="ltr" trbidi="on">te espremer e m'exprimir</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">quero ter você aqui</div><div dir="ltr" trbidi="on">quero ser alguém pra ti</div><div dir="ltr" trbidi="on">e me acode</div><div dir="ltr" trbidi="on">se já for hora de acordar</div><div dir="ltr" trbidi="on">que o tempo todo</div><div dir="ltr" trbidi="on">vou querer saber só de dormir</div><div dir="ltr" trbidi="on">se aos teus cuidados</div><div dir="ltr" trbidi="on">estiver a me esculpir</div><div dir="ltr" trbidi="on">só assim eu sei ser sim</div><div dir="ltr" trbidi="on">num só sono</div><div dir="ltr" trbidi="on">sem sede para acordar</div><div dir="ltr" trbidi="on">sem noite para amanhecer</div><div dir="ltr" trbidi="on">sem medo no meu paladar</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu quero me enrolar em ti</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu sonho contigo aqui</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu tenho mais motivo pra dormir</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu respiro teu ar</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu venero teu ser</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu destilo tua ira</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">eu fabrico ilusões</div><div dir="ltr" trbidi="on">dos teus trejeitos</div><div dir="ltr" trbidi="on">que são trens, caminhões</div><div dir="ltr" trbidi="on">carregam cheios</div><div dir="ltr" trbidi="on">de motivos e emoções</div><div dir="ltr" trbidi="on">minhas ruínas,</div><div dir="ltr" trbidi="on">os meus temores</div><div dir="ltr" trbidi="on">e os une</div><div dir="ltr" trbidi="on">ás tuas vãs intenções</div><div dir="ltr" trbidi="on">num fechamento</div><div dir="ltr" trbidi="on">pra ver cerrar os portões</div><div dir="ltr" trbidi="on">manhã, cedinho</div><div dir="ltr" trbidi="on">não há qualquer vibração</div><div dir="ltr" trbidi="on">não movo um dedo</div><div dir="ltr" trbidi="on">vou só saber do teus sons</div><div dir="ltr" trbidi="on">dos teus pêlos</div><div dir="ltr" trbidi="on">um vulto na tua visão</div><div dir="ltr" trbidi="on">o cheiro doce</div><div dir="ltr" trbidi="on">que o teu amor</div><div dir="ltr" trbidi="on">provocou</div><div dir="ltr" trbidi="on">gratidão!</div><div dir="ltr" trbidi="on">a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">sonho que a manhã</div><div dir="ltr" trbidi="on">vire noite</div><div dir="ltr" trbidi="on">para que a noite toda</div><div dir="ltr" trbidi="on">possa m'encostar em ti</div><div dir="ltr" trbidi="on">pra rir sem motivo</div><div dir="ltr" trbidi="on">pra ter teus cuidados</div><div dir="ltr" trbidi="on">te espremer e m'exprimir</div><div dir="ltr" trbidi="on"><br /></div><div dir="ltr" trbidi="on">*in memoriam da Havana</div></div>
Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-5662591910489168532023-08-11T08:50:00.001-03:002023-08-11T08:52:00.078-03:00aBrigo<div style="text-align: left;"> Se o amor fosse propriedade<br />Ao menos, formaria condomínios<br />Quem mora contigo<br />E o teu vizinho<br />Temos todos, com teu gramado,<br />Carinho e cuidado<br />Tanto faz onde seja o churrasco<br />Nosso quintal assa brasa<br />O quanto for necessário<br />Pros teus anseios<br />E a fome do convidado<br />No amor, todos somos visita<br />E findamos num colchonete<br />Fino e sem torcida<br />Aos pés das camas<br />Para amanhecer<br />Como café<br />As mesas postas<br />Os olhos dados<br />E um compromisso interminável<br />De nos sentirmos<br />Nos deliciarmos<br />Sem garfo ou faca<br />Dividimos, ao fim<br />Em uma colherada<br />O doce em nossa sobremesa<br />Neste cenário<br />Ainda que belo e desejável <br />O afeto impõe seus caminhos<br />Derruba muros<br />E queima a segurança <br />Pois, se indiviso,<br />O amor<br />Finca-se em montanhas<br />Afeta suas luas<br />Ao dar luz<br />Ao que abriga<br />E protege</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-29270997088969405392023-08-10T08:46:00.006-03:002023-08-10T08:46:42.796-03:00derreter<div style="text-align: left;">Espero passar a vida <br />Como o tempo<br />Marcar minutos<br />Sem cronômetro<br />Fazer do meu jeito<br />O ponto<br />Desejo passar o tempo<br />Ser aventura<br />E contentamento<br />Uma pluma no ar<br />Saber que vida<br />É passagem<br />Pretendo caminhar<br />Lento<br />Ter firmeza nos passos<br />Caber no espaço <br />Derreter a vela<br />Sem apagar<br />Num vento <br />Mas iluminar<br />O quanto<br />Pudermos enxergar<br />Dos sentimentos </div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-42576474039299675502023-08-09T09:38:00.003-03:002023-08-09T09:38:49.383-03:00Lampejo<div style="text-align: left;"> Por descer as escadas<br />Encontro o caminho<br />Eu puxo a cadeira<br />Sento-me frente a ti<br />És o meu espelho<br />Onde vejo medos<br />E penteio o cabelo<br />Sem apelo<br />Lhe peço <br />Que quebres o vidro<br />Que nos corta ao meio<br />Vejo te fazendo<br />Os mesmos movimentos<br />Que eu faço<br />E vendo<br />Troco teus talentos<br />Por tempo e desejo<br />Repito<br />em lampejo<br />Reparto<br />Sem causar tormento<br />Sou traço<br />Em tua história </div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-21326397862246259542023-07-17T12:33:00.004-03:002023-07-17T12:33:29.782-03:00 Swampa<div style="text-align: left;">Corre<br />Fecha a bolsa<br />Tira o dedo da mão<br />A janela tem que estar fechada<br />Pois quebra vidro<br />Bota medo<br />E tensão<br />Se tem comércio aberto!<br />Aceite o perigo<br />Acione o seguro<br />Que ninguém da-lhe a mão<br />Busca a saída<br />Mas a cilada<br />É sua casa<br />E condição<br />Andam todos tortos<br />Tudo mexido<br />Na esquina Ipiranga<br />E são João<br />Na curva de cima<br />Em outra avenida<br />Igual confusão<br />Não dividimos comida<br />Não damos guarida<br />Mas temos em casa<br />Só infiltração <br />Tenha receio<br />Feche a mochila<br />Em todo lado<br />Ladra a ilusão<br />Na esquina<br />E meio<br />Tem sempre uma pedra<br />Em todo caminho<br />Não é diferente<br />da Ipiranga,<br />e São João...</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-43788386160643019572023-06-23T08:37:00.002-03:002023-06-23T08:37:16.706-03:00Ela não vai estarAinda que a noite seja tenra<br />e os passos largos<br />procuro seus olhos ante ao vidro<br />Pois seu repleto sorriso<br />abriu--se pros meus olhos<br />mesmo que outros olhos os neguem<br />Ainda que a noite seja dura<br />sob calçadas lisas e sujas<br />conforto todas as dores<br />em saber das luzes frias<br />que lhe dão vida, a cada manhã<br />Ainda que a noite seja surda<br />envolta em brumas<br />lhe tenho como o farol<br />que orienta os devaneios<br />dá senso aos desejos<br />e vitrifica os sonhos<br />Ainda que a noite seja oculta<br />e despedace minhas culpas<br />não esconde o lado oculto da face<br />onde se opõem as sensações<br />impostas pelo pudor<br />ou evitadas pela paura<br />Ainda que a noite seja longa ou curta<br />o tempo redobra a luta<br />e as dores no corpo<br />já sedimentadas por todo o dorso<br />Só amenizadas na loucura,<br />com esquecimento e alienação<br />Ainda que a noite seja fuga<br />tenha no medo, a procura<br />não se encontra lar<br />em nenhum dos recantos<br />que me serviram de repouso<br />nem nos gramados <br />onde depositei o cansaço<br />Não amenizam a ausência<br />que há dentro de mim<br />e de si<br />Ainda que a noite torne-se dia<br />e dê brilhos à porcelana em sua arcada dentária<br />eram as sombras que me permitiam ver<br />em você<br />os buracos que me preenchiam<br />Eram as dúvidas<br />e não as respostas<br />que esclareciam os medos<br />De dia<br />por ver mais que possa entender<br />atribuo sentidos inexatos às curvas<br />Encho os olhos de clamor<br />Mas percebo<br />que a atenção voltada à mim<br />é cartaz<br />encenação afigurada<br />em sentimentos reprimidos<br />dentro de mim<br />e partilhado pelos espectadores<br />em que se arvoram<br />as sinasDaniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-43327265051246107142023-06-23T08:36:00.002-03:002023-06-23T08:36:13.485-03:00Vai e VoaMe dá certa liberdade<br />Fico todo soltinho<br />Deixe o vento ir<br /><br />Porque, meu bem<br />Seu ar vai, vente<br />Dá desordem em mim<br /><br />Que sou seu doido<br />Sem destino<br />Ligo estar aí<br /><br />E aqui,<br />Não venha e deixe<br />Sei que sente<br /><br />Mas seu seja<br />Não dá um terço<br />Ou pressa à oração<br /><br />Peço-lhe seus seixos<br />Rolem sem dejetos<br />E nos forme chão<br /><br />Vai, voa e veleje<br />Tem seus mares<br />E pedras<br /><br />Tem de estar<br />Tem de ir<br />E ser<br /><br />Seu caminho é vela<br />Infla e lhe venera<br />Leva e louva<br />Em siDaniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-64193961768851222772023-06-23T08:35:00.004-03:002023-06-23T08:35:21.236-03:00IdeolatriaNossa cabeça<br />tem na incerteza<br />o caminho dos sentidos<br /><br />eu vejo e atribuo<br />dou linhas aos pontos<br /><br />Desenho horizontes<br />sem ter onde<br />lhes sustentar<br /><br />A minha e a sua testa<br />buscam fazer festa<br />de todo confete<br /><br />Nos bastam três manchas<br />pra lhe dar chances<br />e pinta, em relance,<br />fato e sentimentos<br /><br />Onde há luz e tempo<br />junta-se elementos<br />e lhes faz sambar<br /><br />Cada ponto e traço<br />têm o seu espaço<br />em nossas certezas<br /><br />Criam descompasso<br />por mero cansaço<br />da nossa telha<br /><br />Se olharmos bem<br />tudo o que contêm<br />está no tutano<br />de nossos decanos<br /><br />Deles é de quem<br />roubamos<br />tudo o que pensamos<br /><br />Pouco nos há além<br />Disso nos compomos<br />Traços e troncos<br />Letras e tomos<br />Os quais nos puseram<br />e nos impõemDaniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-42204494663020075762023-06-23T08:33:00.005-03:002023-06-23T08:33:56.176-03:00O Carrossel dos seus BichosSeu rosto é mancha em um perfil<br />Checo, no momento, o quanto de si,<br />Em meu pensamento, realmente existiu<br /><br />Releio suas mensagens e poemas <br />Ouço seus áudios já tocados<br />E me toco<br />O seu caminho me é visível<br />Sem que possa ter um retrato seu<br /><br />O espírito dos seus trejeitos<br />Habita os meus meios<br />Sem lhe dar pistas<br />Nem deixar lhes veios<br /><br />As imagens que tenho de si<br />Podem ser invento<br />Ou proveito<br /><br />Os sabores que senti<br />São parte dos seus rumos<br />São portas pros desenhos<br />Guardados em camadas<br />Formadas<br />Por esboços de comportamentos<br />E delírios<br /><br />Rodam em um carrosel,<br />seus bichos<br />Onde a cada giro<br />Há novos seus<br /><br /><br />Me preenchendo e submergindo Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-9413697480363288252023-01-17T12:38:00.001-03:002023-01-18T22:26:19.769-03:00POSE-it<div style="text-align: left;"> Já, agora, nem olho pra baixo</div><div style="text-align: left;">Mesmo n'altura dos pensamentos,</div><div style="text-align: left;">não tem ares em que me encaixo,</div><div style="text-align: left;">tampouco me carregariam os ventos</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">As cordas entrelaçadas se desprendem</div><div style="text-align: left;">dos dedos em que se fazem os nós</div><div style="text-align: left;">Nos caminhos tortos se fendem</div><div style="text-align: left;">mergulham como estivessem sós</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Tão poucas diferenças as temos</div><div style="text-align: left;">e tão distantes, as nossas vozes</div><div style="text-align: left;">nos recorrentes sinais dos tempos</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Na ruptura tida em diminutas doses</div><div style="text-align: left;">busca-se em cada vão por prêmios</div><div style="text-align: left;">condicionados um-a-um nas poses.</div><div style="text-align: left;"><br /></div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-16767165970089772202023-01-03T18:01:00.010-03:002023-01-27T10:55:37.194-03:00Choro em Chuva<div style="text-align: left;">É a tristeza que nos faz cantar<br />Ao ser triste faz-se o desencanto<br />de tudo o que nós temos tanto<br />e pouco o que não seja pranto</div><div style="text-align: left;"><br />Quando se diminui os passos,<br />e há tempo para um mergulho<br />sente, no calcanhar, cansaços<br />E a melancolia causa embrulho</div><div style="text-align: left;"><br />É a chuva que nos faz correr</div><div style="text-align: left;">pelas nuvens das que cobrimos</div><div style="text-align: left;">E os medos tornam-se delírios</div><div style="text-align: left;"><br />O choro é chuva dentro de você,<br />derrama quando ninguém vê<br />todo clima em que lhe anuvia</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-15145664470108102112022-12-04T09:33:00.001-03:002022-12-04T09:35:54.248-03:00Petit four<div style="text-align: left;">Em todo o tempo,<br />de todos os dias,<br />falta acalento</div><div style="text-align: left;"><br />Falta argumento<br />que nos aplique<br />temperos nas ideias</div><div style="text-align: left;"><br />Sabores nas conversas</div><div style="text-align: left;"><br />Daí lhe janto as palavras<br />a cada garfada<br />nos seus trejeitos</div><div style="text-align: left;"><br />Como seus cílios,<br />beijo seus segredos<br />para que a sua loucura<br />dê prazo ao meu desejo</div><div style="text-align: left;"><br />Estenda o espaço<br />em que prevejo<br />caber tudo que virá <br />entre tudo</div><div style="text-align: left;"><br />e tudo entre nós<br /><br /></div><div style="text-align: left;">Sinto seus brios<br />em leves rios<br />a carregar os prantos<br />que tivemos</div><div style="text-align: left;"><br />sob os encantos<br />de quem vive</div><div style="text-align: left;"><br />Para se entregar<br />à foz<br />de seus caminhos</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-75092761810256894882022-11-09T11:25:00.001-03:002022-11-09T11:27:50.199-03:00O que flor será (Sorte em ser-te)<div style="text-align: left;">cada amizade é uma folha</div><div style="text-align: left;">cada pessoa, uma árvore</div><div style="text-align: left;">cada paixão é uma estrela</div><div style="text-align: left;">cada coração, universo</div><div style="text-align: left;">cada amor é semente</div><div style="text-align: left;">cada ser, uma sorte</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-84153459983970062622022-11-09T11:21:00.002-03:002022-11-09T11:21:33.566-03:00Espinhaço<div style="text-align: left;"> De início<br />já se notava<br />um indício<br />do seu jeito</div><div style="text-align: left;"><br />Com o tempo,<br />o que tem por dentro<br />aflorou<br />suas quinas</div><div style="text-align: left;"><br />aquilataram o espaço,<br />determinaram o passo<br />e privaram a cabeça<br />dos seus traços</div><div style="text-align: left;"><br />O que for que faça<br />tem sua graça<br />e o seu contrário</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-13758326052339367912022-11-09T11:17:00.003-03:002022-11-09T11:44:20.149-03:00Soma ou Suma<p> sendo só</p><p><span> </span><span> </span><span> uma</span><br /></p><p><span><span> </span><span> </span><span> </span><span> soma</span><br /></span></p><p>seu som</p><p>é sintoma</p><p><span> </span><span> <span> </span>sem</span><br /></p><p><span><span> </span><span> </span><span> </span><span> dor</span><br /></span></p><p><span><span>sai da sua</span></span></p><p><span><span><span> </span><span> </span><span> sanha</span><br /></span></span></p><p><span><span><span>senta-se</span></span></span></p><p><span><span><span><span> </span><span> </span><span> e sinta</span><br /></span></span></span></p><p><span><span><span><span>cento e sessenta</span></span></span></span></p><p><span><span><span><span><span> </span><span> <span> </span><span> </span> tons</span><br /></span></span></span></span></p><p><span><span><span><span><span><span> </span>de sabores</span></span></span></span></span></p><p>Em suma,</p><p><span> </span><span> </span><span> assuma!</span><br /></p><p><span><span><br /></span></span></p>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-75470924136001907242022-11-09T11:14:00.006-03:002022-11-09T11:29:09.114-03:00AmarOmar<div style="text-align: left;"> amar o mar<br />me faz querer<br />marejar<br />mover e mexer<br />mergulhar<br />imenso<br />em<br />imerso<br />firmamento<br />que<br />disfarça os pensamentos<br />para me ater<br />me atar<br />a ser quem sou<br />inverso<br />e avesso à dor</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-85033453167370304002022-11-09T11:10:00.001-03:002022-11-09T11:26:21.911-03:00Marcianos<div style="text-align: left;"> O seu beijo tem tonto encontro<br />porque te quero tanto<br />em qualquer dimensão</div><div style="text-align: left;"><br />Se tivesse dinheiro<br />deixaria o mundo inteiro<br />pra lhe dar o espaço</div><div style="text-align: left;"><br />Vamos voar sem freio<br />que o rumo do meu peito<br />tem sua direção</div><div style="text-align: left;"><br />Eu sei que sou suspeito<br />mas vou dar um jeito<br />pra lhe ter por perto</div><div style="text-align: left;"><br /> Entre em nossa nave<br />vamos voar suave<br />e pousar na imensidão</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-7637062455434525542022-08-20T12:29:00.003-03:002022-11-09T11:26:35.716-03:00My place is no place<div style="text-align: left;"> Abaixo da escada <br />interminável<br />do café Bricolete<br />a musa de Camamducaia,<br />uma moça despojada, <br />tanto quanto desastrada<br />pintada toda de branco,<br />com cabelos vermelhos<br />e eu<br />planejávamos trovoadas<br />a serem cometidas junto<br />ao nosso pequeno DOG-GOD<br />de sete centímetros<br />que não parava de ser atropelado<br />infinitamente<br />ao lado do café da escada<br />Exatamente todas as vezes<br />em que alguém abria a porta do café<br />caiam todas as bicicletas<br />à sua frente<br />e a gente<br />sem tentar parar o mundo<br />levantava uma magrela junto a outra<br />Foi nesse instante desconexo<br />em que conhecemos as duas namoradas<br />possuidoras de uma das bicicletas<br />que numa de suas quedas<br />amassou o já amassado<br />chicletinho rosa<br />onde estava escrito<br />"Juntas para todo o sempre"</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-18998700830907205122022-04-10T23:29:00.012-03:002022-11-09T11:26:48.269-03:00aDoraDor<div style="text-align: left;">Meu médico<br />já não receita poesias no escuro<br />Deixa-me tomar litros<br />do obscuro<br />sem dizer onde excretá-lo<br />No parque onde fazia exorcismos<br />a grama crescia, virava arbustos<br />Onde me prendia <br /> aos prantos dos moluscos<br />Os arredores dos meu bichos<br />tem mais dentes cravejados<br />que oblíquos<br />Estacionado seu calço,<br />nos alpistes.<br />Os ossos descalcificados das turbinas<br />impulsionam já, desafetados,<br />nosso clima<br />Atravessam em nossos ralos caldos,<br />de bubuia,<br />as mensagens atiradas na labuta<br />Tem dias que se baixa o sol<br />pelas beiradas<br />sem dizer às suas folhas<br />por quais estradas<br />vão cair ou revirar<br />a sua alma</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-54537591529529484132022-01-13T11:23:00.001-03:002022-01-13T11:23:07.900-03:00AMIGO<p>Sei bem que as amizades se dissolvem, na mesma intensidade em que se firmam. Somos sujeitos distintos, porquanto o tempo nos defina. </p><p>Nosso caminho tem atoleiros, como tem mata-burros, estende tapete e cria absurdos. Estes degraus estabelecem o impulso ao nosso interesse. </p><p>Sinto ter pisado em falso muitas vezes. Foi a gana de escalar que me fez cair. Querendo mostrar o que não possuía, te fiz rir, de mim.</p><p> Em tempo, ao me pensar além da razão, dei vazão ao que não se quer impedir. O que lhe pedi, faria por ti e, por mim, gostaria de ouvir.</p><p>Sei que traço caminhos cruzados, sem sentido ou enviesados. No fim, de tudo o que aprendi contigo, restam abraços de um caldo divertido. </p><p>Posso dar muito mais ao mundo do que me considero, inadvertidamente, capaz. A idade, a mudança, a alteridade, Aleluia! Sobrepassam o senso irrazoado que nos domina tempo e hora.</p><p>Rogo que perdoe meus arroubos, deixe de lado meus instintos. De todo modo, a cada cálculo que fizer, estará somado o balanço do barco ao chocalho da rede. </p><p>Em cada atitude esperada, posso deixar um desejo, dar passo errado e me desculpar.</p><p>Pouco sei do caminho traçado, mas fazemos curvas, olhamos pros lados, desenhamos o mundo. Estamos (f)errados! </p><p>Nosso desenho é rabisco, mas o esboço traz previsão. Guardo sempre ao lado, o balanço, o aprendizado, pra ser menos criança e ter no calço, a sua razão.</p><p>Mar, sol, calma e emoção!</p>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-72459616889553915992021-11-02T08:24:00.002-03:002022-11-09T11:29:18.025-03:00Oriente<div style="text-align: left;"> Corre na chuva<br />como quem busca abrigo,<br />não vê perigo<br />e escorrega<br />Volta pra casa logo<br />cheio do mundo<br />e vazio no ego<br />Molha seus planos<br />feitos por anos,<br />como papel<br />Faz novo mapa<br />onde detalha<br />sua oposição<br />Tenta ir longe<br />nas coordenadas<br />e encontra erradas<br />as suas linhas<br />Não tem caminho <br />que planejado <br />esteja ao lado<br />ou contramão<br />Seu GPS<br />está quebrado<br />e toda rua<br />é uma prisão<br />Quando desiste<br /> e anda à solta<br />é que se encontra<br />foge à razão</div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32729878.post-27067661875825093362021-10-15T18:45:00.004-03:002022-11-09T11:30:26.161-03:00Arroz quebrado e feijão bandinha<div style="text-align: left;"> <span style="font-family: arial;">Eu queria sair<br /></span><span style="font-family: arial;">Queria me encontrar<br /></span><span style="font-family: arial;">Andar de bar em bar<br /></span><span style="font-family: arial;">Pra trombar o desejo</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">E quando te vi<br /></span><span style="font-family: arial;">Sem jeito e lar<br /></span><span style="font-family: arial;">Uma causa de existir<br /></span><span style="font-family: arial;">Eu senti o seu beijo </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">O mundo mostra a mim<br /></span><span style="font-family: arial;">Que tem tanto sem jeito<br /></span><span style="font-family: arial;">Como eu <br /></span><span style="font-family: arial;">Que me sinto no peito<br /></span><span style="font-family: arial;">No apogeu</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;">Procurando entender <br /></span><span style="font-family: arial;">E me entendendo<br /></span><span style="font-family: arial;">Um pouco mais</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">Cada lado que temos<br /></span><span style="font-family: arial;">Frente aos lados demais<br /></span><span style="font-family: arial;">Viram dados pequenos<br /></span><span style="font-family: arial;">E nos trazem paz</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">Nossos grandes problemas<br /></span><span style="font-family: arial;">Tidos, então, atrás<br /></span><span style="font-family: arial;">Mostram tortos poemas<br /></span><span style="font-family: arial;">Verso e letra a mais</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">Prezo que o tempo<br /></span><span style="font-family: arial;">E o que aprendo<br /></span><span style="font-family: arial;">Tornem me capaz<br /></span><span style="font-family: arial;">De esquecer o como<br /></span><span style="font-family: arial;">Cheguei à soma<br /></span><span style="font-family: arial;">Em quanto espaço<br /></span><span style="font-family: arial;">Passei através</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span><span style="font-family: arial;">Volto pra casa<br /></span><span style="font-family: arial;">Cheio de certezas<br /></span><span style="font-family: arial;">Que amanhã, na mesa<br /></span><span style="font-family: arial;">Já deixo pra trás</span></div>Daniel Alcântara Domingues Fleminghttp://www.blogger.com/profile/09900473779966004201noreply@blogger.com0