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INQUIETO

"Mas sigo o meu trilho. Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Os braços dos rios


As cores rústicas da beira dos rios Pauiní, Atucatuquini e médio Juruá, braços da principal bacia hidrográfica do mundo, reiteram a observação singela do escritor Milton Hatoum “Aqui a passagem do tempo é tão lenta que a vida pode caminhar sem pressa”. Essa percepção está, também, nas linhas, formas e expressões captadas pelas lentes de uma máquina capaz de diferenciar muito bem o natural do artificial.
Mas as lentes oculares dos homens da floresta vivem a natureza e não a diferencia. Sabem que cuidando dela, cuidam de si. Nas dificuldades da vida onde seus instrumentos são os mais simples, como os objetos de madeira, troncos, braços e pernas, Fernanda Preto consegue mostrar que há, neste lugar, mais expressão humana do que suposto.
Suas fotos mostram, nas cores da floresta e no uso que o homem faz dela, a proximidade que há entre os diversos tipos de vida na distância dos rincões mais inacessíveis. E a certeza da distância na beira dos rios dita o ritmo das mudanças e traz o alento da continuidade.

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