Até hoje sinto aquele beijo.
Tão curto tempo que até hoje dura.
Não ter tido outro me deixou sem jeito
de lhe olhar de novo sem ser receoso.
Sinto por você, amor sem igual
quero só lhe ver feliz mesmo que ao final
nunca viva junto aos seus carinhos.
Me contento em saber dos seus caminhos.
Estes dias mostram o que guardei por anos,
os seus ventos, suas brisas, ou seus encantos
que me ensinam a me tornar mais leve
não destruir meus sonhos, que me encontram.
Sem os seus defeitos, não se faz possível,
mas não os noto além do invisível
porque são nuances de sua bela forma,
dão caráter ao ideal que me conforta.
Não destrua meus sonhos e não me deixe perdido,
pois lhe quero tanto que não lhe quero mal.
Se não quiser mais o que você já tem,
levante a cabeça, me diga nos olhos.
Eu que não quisera ninguém ao lado
quero você quando precisar de mim.
Quero envelhecer consigo, juntos.
É o que há de mais profundo aqui.
Vai ter que procurar em Marrakech,
Lisboa, Moçambique ou Paquistão
Mas devo estar em Poços, então
Topa morar comigo em qualquer canto.
Sinto cada letrinha digitada no teclado
pra desfazer o caos deste seu vendaval,
seus maremotos que engolem, incontrolados,
os meus vulcões a lhe lavarem o mal.
Deixa o mundo dar seus passos soltos
e um dia vamos pisar a mesma pegada.
Daí levante, pronto, a sua cabeça,
olhe meus olhos e diga se não digita.
Tenho sofrido muito nessa vida
e o único que não posso suportar
são as palavras do seu sofrimento
no mais, tudo pode me atrapalhar.
Não preciso de alianças para o amor
que me faz gaguejar, que me lacrimeja,
que me faz estar ai, estando aqui,
me faz querer viver só pra lhe ver.
Eu tenho a cabeça enterrada nas nuvens,
mas aceito que bote meus pés no chão.
Se se aventurar em minhas ilusões,
pés no chão, nós nas nuvens, não terá trovões.