Atravessamos mares pra navegar nossos sonhos,
vencemos moinhos feitos de papel e carimbo
Subimos ladeiras e
subimos ladeiras
Seguramos a distância com um nó
na garganta,
transformado em laço por muitos dedos
Nos demos a mão,
mas queríamos abraços
e tivemos tantos
e tão apertados
que nos deixam marcas
Um conforto de se saber protegido,
um frescor para o suor.
Envergamos a cabeça,
reclinamos o pescoço,
desfolhamos cada livro, cada artigo
Viramos cada copo em ato contínuo
Ébrios, superamos nossos limites,
superamos outros limites
Ultrapassamos fronteiras
para nos achar em si
Gastamos palavras
Engolimos a noite
para, enfim, nos encontrarmos
espelhados nos olhos marejados
de um bom amigo