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INQUIETO
"Mas sigo o meu trilho. Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Cloridrato de Diamantina
O dia mantinha
seu rumo
quando, de tardezinha
olhei
dentre os teus olhos
fundo
Depositei esperança
Uma aposta
decisiva
em teus lampejos
e cada um de Teus trejeitos
Treme tudo o que vejo
No tempo que tenho
Para estar contíguo
Te enxergo
Cego
Em meu peito
seu rumo
quando, de tardezinha
olhei
dentre os teus olhos
fundo
Depositei esperança
Uma aposta
decisiva
em teus lampejos
e cada um de Teus trejeitos
Treme tudo o que vejo
No tempo que tenho
Para estar contíguo
Te enxergo
Cego
Em meu peito
Tenho uma Casa
Do tanto que já andei por aí
Do tanto que vou andar
posso dizer, sem problemas
eu tenho um lar
Por mais que não tenha destino
Por mais que não tenha fim
posso dizer de estopim
tenho onde ficar
Mesmo que não saiba onde
Mesmo que não saiba quando
tenho que dizer agora
eu tenho uma casa
Do tanto que vou andar
posso dizer, sem problemas
eu tenho um lar
Por mais que não tenha destino
Por mais que não tenha fim
posso dizer de estopim
tenho onde ficar
Mesmo que não saiba onde
Mesmo que não saiba quando
tenho que dizer agora
eu tenho uma casa
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Pérfuro Cortante
De uma lapada
uma secada em teu corpo
uma palavra
Em um instante só
num estalo
te separei
Numa carona dada
uma conversa curta
muito sentido
A tua resposta
machuca e corta
o meu destino
uma secada em teu corpo
uma palavra
Em um instante só
num estalo
te separei
Numa carona dada
uma conversa curta
muito sentido
A tua resposta
machuca e corta
o meu destino
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Casa de Apostas
as equipas estão muito inconstantes,
os jogadores estão muito inconstantes
e os resultados são imprevisíveis.
Um gajo há de ganhar
qualquer coisa
pra saber o que fazes
Como ganhei de presente
a nuvem que me fez sentar
no banco de azulejos azuis e brancos
do outro lado da calçada,
na frente do coreto,
às margens do rio,
que assistiu passivamente
o escaldar dos nossos
últimos dois anos
As pombas
já quase bicam meus pés
por me pensarem morto,
um alimento inglório,
envenenado
de rancor e suor
E ainda penso nas sardas do seu rosto
que ainda me parecem constelações
de astros que fuzilam
o sentido do meu universo
E acima do Paralelo 38
tudo é receio
Já de volta à sacada
onde passo a maioria dos meus dias
De onde já não vislumbro
o semblante do mosteiro,
fábrica de frígidas,
tomo um cigarro
e o café
Já é outro dia,
já são outros tempos
O tempo tem outro clima
e outro, o mundo que vejo
Sentado
no alto da Rua da Alegria
na esquina da Couraça da Estrela
o frio caminha comigo
faz tremer as frias pernas
da estudante que passa
em seu traje negro
Já é outro sítio
Já é outro tempo
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