destacam-se
os defeitos
de ternos
e alinhados
nos afetos
um traço
na areia
grita o eco
e o que era
ar
é veia
da ave
sua pluma
ao vento
as flores
perdem suas pétalas
até as flores
Sem vírgulas e regalias
Quem não amanhece na praia
Não viveu a noite
Não corro, que estou aperreado
Mais vale a morte quando se quer vida
Que a vida quando lhe quer morto
Quem não tem pancinha
Vive em tempos obscuros
Meu relógio é uma prisão
Um ano de vida por notificação
Faço uma plástica nas digitais
Para que o mundo nos dê paz
Passe, temos todo o tempo
E o tempo não conta passos
Nem beijos e abraços
Esse caranguejo é maroto
Não privatiza o pirão
Mexe o caldo e camarão
Vem me embriagar
Dar saravá em formiga
Ainda que amanhã seja um zumbi
De zóio trocado
Dias comuns são dias extraordinários
Amarrados numa pulseirinha
de neon
Umas partes de mim vão e outras ficam
Em Pipa deixei o encanto
Em Jampa parti sem descanso
Voltei pra Recife
"Foi a saudade que me trouxe pelo braço"
Agora vou ali na curva encontrar o vento
Fui pra ficar uma tarde
Não saio dali já faz anos
Nas asas de um carcará
Voar no vento como areia
E formar dunas
Outras sem umas
Pra cada dia ser novo monte
Ter novo mote
E outro horizonte
Peço com olhos de sede
Pelas delícias de uma batatinha
Que afoga a fome e os desejos
Supre todos os medos
E na volta
Tem um coquinho geladinho
Pr'aumentar a pancinha
E dar linha ao caminho