Fujo da opressão, dos prédios, por sacrilégio, das ruas cheias, das pessoas rasas.
Fujo de mim mesmo, do que fui, do que pretendia ser. Das obrigações mundanas, do tédio. Do aluguel do corpo, das contas a prestar.
Fujo das remessas rotineiras de afeto sem traquejo, sem beijo.
Fujo do passado, malogrado. Das histórias infindadas, dos abraços sem pegada.
Fujo das conversas com caminho traçado, com resultado.
Fujo de filosofias saturadas, de cartas marcadas, onde não se pode inovar.
Fujo de um mundo sem pecado, desvairado, onde só se pode acertar. Dos comportamentos marcados, ritmados, rotulados pra pagar.
Fujo de um povo apavorado, que tem tudo, mas insiste em negar.
Fujo para a praia do rescaldo, do meu lado, onde Ser é estar.
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