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INQUIETO

"Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

domingo, 10 de abril de 2022

aDoraDor

Meu médico
já não receita poesias no escuro
Deixa-me tomar litros
do obscuro
sem dizer onde excretá-lo
No parque onde fazia exorcismos
a grama crescia, virava arbustos
Onde me prendia 
 aos prantos dos moluscos
Os arredores dos meu bichos
tem mais dentes cravejados
que oblíquos
Estacionado seu calço,
nos alpistes.
Os ossos descalcificados das turbinas
impulsionam já, desafetados,
nosso clima
Atravessam em nossos ralos caldos,
de bubuia,
as mensagens atiradas na labuta
Tem dias que se baixa o sol
pelas beiradas
sem dizer às suas folhas
por quais estradas
vão cair ou revirar
a sua alma

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