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INQUIETO

"Mas sigo o meu trilho. Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

sábado, 26 de março de 2011

Poeteria


Eu fabrico rima
um verso acima.
O pão na palavra
e o fermento destrava.

Um tempo pra crescer
e o trigo a enriquecer
a sílaba na cilada
da verve enraizada.

Depois que aparecer
podemos esquecer
e partir ao meio.

Um beijo a escrevê-lo
tecido no cabelo
do dorso ao seio..

quarta-feira, 9 de março de 2011

enSIbilante

Vou me deixar levar
no ar, distante do meu lar.
Vou me deixar dar vazão
e vazo à vista da evasão.

São vastas suas vestes
para enviesar as pestes
sabidas de seus brios
Em sibilantes secos rios.

Vou acompanhar faisões
feridos em francas ilusões,
manchadas em chuva vã.

Molha os meus sermões
para introjetar razões
nas veias do amanhã.


segunda-feira, 7 de março de 2011

ReInVento

Não consigo te ver
Sem que o coração pule
Para fora do peito
E uma chuva torrencial
Caia dentro de mim.

Não consigo pensar em você
Sem a escuridão
A tolher a razão
E ter raios saindo
Pelas pontas dos dedos.

Não consigo falar
Sem atropelar palavras
Sem dar tempo ao silêncio
E ter na língua
Um antigo sabor.

Não consigo escrever
Sem borrar a tinta
Com lágrimas caídas
Sem ter esperança
De nos reinventarmos.

Não consigo viver
Sem te ter nos meus braços
A esquecer os percalços
De um incansável drama
Pelo amor de quem ama
ETERNAMENTE