Como é doce lembrar das minhas dores
as que não doem tanto na lembrança
de ter vivido, intenso, os meus amores
e terminado cada amor sem esperança.
Ai, como é bom lembrar por ter passado
e não viver mais nada do vivido
até suspiram sopros, superado
dos beijos e abraços suprimido.
A cada passo dado, mais distância
dos nós em nós mal dados de infância
e, agora, ter meus sonhos sem lambança.
As dores que virão terão em breve
um farto entroncamento em greve
com a memória grave que descansa.