Moreno Bastos
[aurora sagaz]
{coro}E esse medo constante de ser
E essa guerra a®mada de ter
E essa sina cansada de ver
E esse espelho chamado poder
[morro]
{narrador}Ele não tem a resposta a saber
[porta]
{fulano} Ele é só um funcionário, um peão da armação.
Um artista barulhento embaralha a razão.
{beltrana} O faz de conta é lá fora; não esqueçam a piedade,
aqui dentro todos são, em princípio, unidade. Já no chão,
eu não sei não, vai no rastro da maldade, a utopia é logo ali,
chamam lá de liberdade.
[abismo]
{sicrana} Ascender o delirante, o desenredo da história.
Vejo no meu semelhante, o desapego pela glória.
O que importa é o fascinante, o destempero ruminante dos
distintos re(i)lutantes nos castelos da demora.
[pedras]
{coro} E esse ter constante de guerra
E esse ser a®mado de medo
E esse poder cansado de espelho
E esse ver chamado de sina
[reticências]
{legendas}Não é o fim, nem é doutrina,
continua mais pra frente, já na próxima esquina...