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INQUIETO

"Mas sigo o meu trilho. Falo o que sinto e sinto muito o que falo - pois morro sempre que calo." (Affonso Romano de Sant'Anna_Que País é Este?)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ela amar a mim



Tenho que amá-la
e ela amar a mim
quando propuser a ela
e ela disSER sim.
pOSSO esperar um tempo
pra me aprazer por dentro
de ter a tinta em tela
PINTAda por aquela
ELA que amar a mim.
Se me amar asSIM
que seja ensejo ao fim
pois vou ser EU se for
um Homem do Amor
que faz de toDA DOr
um MEL sabor que for
para fazer das bOCAS
despejos em mil GOTas
do amor dELA
e a ela
o amor de mI´M
Pra eu amar a ela
e ela amar a mim
tanto amor SENtido
enFIM.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

singuLAR sOciedade

Nos trEchos tortuoSoS da VIEla,
ao encArar a vIda como é ela,
batem cOrações pela harmonia
de ESTarmos juntOS SOb sincronia.

Se a tua pele negra imPele paz,
uns brancos bERRAM sermos desIguais
por crerem tERMOS muitas diFEREnças
em um engAno tOrTo de aparênCIAs.

Somos irMÃOS TALhados em País
tolhIdo para o enTorno de paRis
enFartar-se em inSana vaIdade.

Se resPiramos o Mesmo ar pelo nariz
e o mEsmo baTIMEnto o faz FELiz,
vAMOs viVer em singulAr sOciedade.

sábado, 20 de novembro de 2010

UnA diversidad

das inVasões BÁRBAras que SOfremos
das humilhAÇÕES e a inSTRUMEntalização
LIQUIDIficaram a dignidade dos fraTERNOS
impleMENTARAM a selvaGERIZAção

CIVILizações fotemente insTiTuídas
foram cruciFICADAS a morrer.
Na ignorânCIA de SERem: "as esCOLHIDAS"
JUSTificaram o DIreito de os sorVer.

Mas os reTALHOS sEM Costura
deixados por eLes atrÁS da fortUNA
são feitos de Homens, são VoCê!

Nas muDANÇAS à éPOCA futura,
nas AÇÕES REALizadas por USUra
fazem o nosSO MUNDO aCONTEcer.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

do chORO à fúRIA


O choque congestiona o fluxo sanguíneo.
A cabeça erguida entra em declínio.
As pernas tremem, não aguentam o peso.
O mundo desaba todo e o deixa preso.

Nos OlhOs, já se observa o desatino.
A face rubra paralisa sem destino.
A boca seca mostra-lo surpreso
e o ombro, de pronto, deixa de ser teso.

Escorre, pela cara, lágrima salgada
com o gosto, amargo, da mulher amada
e desce ríspida à travada glote.

Como um antídoto à honra humilhada,
retorna do estômago feita em cusparada
e o faz erguer em busca do que o esgote.

sábado, 30 de outubro de 2010

PerDOE-me por asSim Ser

Tentando vislumbrar aspectos invisíveis
das mentes que agem dia-a-dia comestíveis,
percebe-se, na gente, muito mais humanidade
do que conseguimos demonstrar com vaidade.

Proponho pôr abaixo as nossas travas
pra reconhecermos, com o uso de palavras,
os princípios proeminentes que nos guiam,
podendo destronar os que entupiam

nossos canais de aparências absortas
que às vezes nos confundem, em contagotas.
Proponho nos abstermos do que se vê!

Pra sermos mais precisos ao que somos,
por mais que às vezes neguem o que fomos,
será mais realístico o nosso SER.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Flores do Concreto


Em meio à toda impossibilidade,
explode um arroubo da idade
a trincar o mais forte cimento
já que há nele água a contento.

Em instante inesperado se ramifica
de uma raiz mais que profícua
galhos esguios entre o bloqueio
para depois o quebrar ao meio.

Em cada escudo há substrato,
o suficiente para que o mato
possa em seu meio florescer.

Em cada esforço ante o trato,
haverá apoio a encher prato
fomento do fruto que virá ser.

sábado, 16 de outubro de 2010

PlÚMbeo

- Princípio poético da teoria da Capitalização da Humanidade


"Repetem sem parar a ladainha tediosa dos avós e bisavós, têm na boca somente nomes e sobrenomes antigos e, apesar de todos os seus discursos, são pessoas tão estúpidas quanto estátuas e que geralmente valem menos que as imagens que exibem... e há inclusive gente bastante louca para respeitar como deuses esses animais estúpidos que não merecem sequer o nome de homens." Erasmo de Roterdã, em Elogio à Loucura.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

REtroVISORA

Há de haver penhasco pro abismo.
Sem onda, será surfista do sofismo:
ao optar pela premissa rosa
afogou o branco em presunção falaciosa.

Se se concentrar no lustre da embalagem
terá mesmo um vaso em bela imagem.
Mas veja o serviço que se propõe prestar
ou as bolachas do seu EU vão estragar.

Um recipiente não deve refletir
a não ser o que seja que sentir
à pena de lhe tornar a si exterior.

Se há sombras sem luz, vou intervir
pra não ver o que houver em seu devir
e só lhe ter de novo no retrovisor.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

EnTiTuLado

Tô com a boca cheia pra dizer
tudo o que eu guardei em mim.
Engoli a armadura por gemer
para lhe entregar um querubim.

Afeta a mim o medo de exceder
o que espera do futuro a que vim,
só me importa se quiser retroceder.
Vou sofrer todos os passos de um fim.

Mas todo fim é um modo inicial
de deixar efêmero os faros do final
para que possamos nos tatuar.

Maior do que tivemos em tempo tal
amores pra vivermos sem igual
é a proposta feita pra nos rejuntar.

sábado, 18 de setembro de 2010

DisTiNTurado

Aqui, dentro de mim, está guardado,
comprimido de um modo exaustivo,
os sentimentos de um sonho inacabado
e as dores de um delito omissivo.

A pressão dos olhares renegados
e os caminhos sinuosos adotados
são fuga à verdade e ao que sinto.
Tornam branco o sangue que foi tinto.

Meu corpo não se aguenta manter são
por agir em cada escolha à contramão
das vontades internadas de amargura.

Espero que a premente erupção,
antes que me  arruine em implosão,
destrua esta pálida e soturna armadura.

sábado, 4 de setembro de 2010

bestia cupidissima*

twanight.org

O temPO é escasSO e o espaço, amplo.
O prAzo é lAço e enganCha o pampo**.
o bERRO é surdo sem algum alcance
para que o ouvido mudo do UniVerso dance.

GalanTeia a nebulosa em destTino infante,
ela traz, ao eterNO, um singuLar instante.
Cada transição TRAÇAda para que avance
é passo D.A.Do. em falso à fortuito lance.

aFerir ferIdas de um pleno plAno
levará o homem ao estado insano:
a narcose de saber um objeto nulo.

Na movimentação esTática, no engano,
toda TeoRia traz, na cura, um dano
enTOAdo na gargAnta que, porTanto, engulo.


* bestia cupidissima rerum novarum  - animal ansiosíssimo por coisas novas.
**Pampo - rebento tardio de cana de açucar: pampos de cana caiana (Dicionário UNESP do Português contemporâneo)


- Princípio poético da Teoria da Nulidade Teórica Ampla.

DesFIADOR

Não sei o que sucede c'a PESSOA,
mas a nuança TENSA me afeiçoa.
o SURTO é, de fato, promissor infarto
e a angústia traz desejo anterior ao PARTO.

Nas DORES, é que há a falta de sabor
adocicado inerte do PRAZER que for.
Este, o VALOR supremo em disputa.
o PAI legitimado dos filhas da PUTA.

Deixe estar feliz para poder SOFRER.
Prescinda da essência, atrás do PODER,
mas saiba, vai pagar a CONTA um dia.

O déficit instalado por seu MAISquerer
o mundo INTEIRO pra lhe absorver
trucidará os ossos da sua COVARDIA.




Constatações de um Ameríncola Macambúzio


1- Se deus criou o (i)mundo em SETE dias e se passaram cinco MIL anos, como fazem CRER, ainda não se DEU conta de o consertar.

2- Pelo RESTRICIONISMO PROIBITIVO - o ordenamento jurídico deveria adotar o RESTRICIONISMO em relação à política de drogas, as atuais ilícitas. Destarte, seria eficaz a regulação do consumo em respeito às liberdades individuais com o comedimento necessário. Com efeito, resultaria no fim à PERMISSIVIDADE FALSAMENTE PROIBIDA da atualidade.

3- "a inquietação através da experiência e da crítica parece que se rompe de encontro a uma rocha profunda, ampla e inamovível de modelos consentidos de interpretação, de lealdades e práticas" (Jürgen Habermas)

4 - As ferramentas -extensões do homem (Macluhan) - ofertadas pelo consumo devem ser utilizadas para ampliar a potencialidade cognitiva humana e não, somente, para abrandar as angústias cotidianas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Haver avulso

Às vezes vamos ver vitória
na vista vã da glória.
Mas vazam em via ao frenesi
as vinhas da carcinogênese.

Viés turvo de se enviuvar
no vasto vão a se envalvular
prum prover ovulatório à vida
virada às vestes de envaidecida.

Há de haver rastro de verdade
em vil verme da vontade
de vir viver avulso.

Há de haver viabilidade
ante o vento que invade
a verve só versada ao pulso.


*meus versos surgem à madrugada em viajante empreitada de deixar vagar a vida




terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pretejar

Não levo o peito à cama
pra não me trovejar o coração.
No instante em que se inflama,
traz de volta ao mundo
                                              [solidão

Tremendos rodopios planam
nas voltas fervorosas do meu
                                                  [vão
Escuto os termos tímidos
das turbas tolerantes de então.

Esqueço-me do terço entoado
de um crente já desacreditado
por ter nos sentimentos 
                                             [a razão

Permito aos prantos parcos
verterem-se em mil cacos
pra darem, enfim, à Luz
                                              [Escuridão.


terça-feira, 13 de julho de 2010

ÍNDIOssynkrasía

O cérebro me escapa ao crânio
num ímpeto extracutâneo,
que a tripa toda extravasa.
Perdem-se todos os totens da casa.

Temido tiro em titânio
trespassa o espaço espontâneo.
Impetra-se o pombo sem asa
em órbita de nave da Nasa.

De súbito, um subterrâneo
intenta trajar-se de urânio
e troça do que lhe atrasa.

Num giro, verte-se vulcâneo
em retrocesso extemporâneo
e irrompe-se da aeropausa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

MiNiMaMeNte NADA


A VIDA é pra viver
Sábado ou DORmiNgo.

É pra ViVer
em cada jiNgle
é pra rolar
o Nato ou griNgo.

A quem tá mal, Melhoras.
A quem tá bem, Penhoras.

É realmeNte perigoso.
Só que o Não viver
tá MORTO.

O que o faz preNder
o faz querer SER Solto.
Só quero o que quiser,
mesmo que o seu prazer
For ToSCo.

Se Não o for é Muito
e, se o For, é pouco.
Mas aPAReCER, aos poucos,
pode PAReCER, aos OUtros
um taNto OUsado.

Só que aos Mais asTUtos
o MuNdo já terá MuDADo.

As Mesmas peças pARCAs
vão escorrer Nas Marcas
as pARTEs, as pragas
da sua vIDA.

São todos VIvos
tenDeNtes SUIcídas.

Vamos viVer sem dó.
É o que espera a estrÊLA.
E o que POde querê-la?
Se somos SÓ seu pó.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

mariAmo

mari A amo
que Vamo
iluminar a cama
em Vela que chAMA

vem maria, ama
meu peito lhe chAMA
que seja meu rAMO
e que não me engano

é a mulher do ano
da vida
do peito

lhe'stamparei num pano
como ferida
em leito

d'um jeito
sem dano
a este sujeito

inSANO

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amo-te até


Amo-te até.
Trazeres ternura.
Teres tonteira em tortura.
Tremeres.
Textura.

Amo-te até
trazeres um tanto de taras.
Teres tremores.
 Temores.
Encaras?

Amo-te até
Troçares de um trapo
Torceres extrato
Tentar um
Contrato

Amo-te até
Trincarem todos sapatos
Tocarem teus tatos
Amo
Nos atos

Amo-te até
Um tanto de fatos
Teus traços nos autos
Encantos
Incautos

Amo-te até
Se entornas trabalho
E tomam atalhos
Teus falhos
Retalhos

Amo-te até
Tonto em tabaco
Traquejo de fraco
Teus traços
Ataco

Amo-te até
Tiveres teus tinos
Intenso intestino
Tragares
Destino

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Parta-se

Nada é como esperamos.

Ao pedir paz, brigamos.

Ao brigar, reconciliamos.

Ao querer comer, inflamos

e ao chorar, secamos.

Assim que somos, sumimos.

Se quisermos sumir, assumimos.

Ao se limpar, suínos.


Pra não acontecer

é só imaginar.

Se quiser lembrar, esqueço.

O que tem nos pés, cabeça.

O que tem nas mãos, engessa.


Para fugir sem pressa

pare de roer a mesa.

Para almoçar, a sobremesa.

Ao desconstruir, firmeza.

Ao pesar, leveza.


O reencontro é a arte do desencontro.

Para unir, desate.

Para respirar, enfarte.

Para calar, reparta.

Se quiser ficar, se parta.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ligamentos Rompidos



Estirados cabos desunidos
são fios quebrados, iludidos
de um dia acharem pontas
e porem em dia as suas contas.
...
O mecanismo por eles movido
estático, espera ser ouvido,
pois teme padecer no esquecimento
se permanece, assim, sem movimento.
...
Os sinais elétricos enviados
acabam de uma forma enervados
por não alcançarem o seu destino.
...
Por um rompimento enviesado
de o por, em terminais, encarcerado
resultam em gritante desatino.